A Indústria Química e Seus Riscos em Tempos de Pandemia e Pós-Pandemia

Publicado em jul. 1, 2021

A pandemia do COVID-19, sem dúvida alguma, trouxe desafios adicionais à indústria química, e um deles é o de dar continuidade às operações em tempos que parte da organização (grupos de risco) foi segregada das unidades produtivas e os demais seguem tocando as operações com número reduzido de profissionais em suas equipes. O contexto de pandemia também gerou preocupações adicionais a esse grupo de profissionais que não se enquadram no grupo de risco e que levam adiante tais operações. Podemos citar o sentimento de angústia por algum parente ou amigo estar infectado, a queda na renda da família porque o(a) cônjuge perdeu o emprego, ou ainda, um negócio familiar que tenha sido encerrado. Ao adentrar a planta, tal colaborador não deixa essas preocupações do lado de fora dos portões. Qual deveria ser, então, a saída para a busca da excelência operacional, a fim de minimizar os riscos trazidos por tais circunstâncias? O foco deveria ser, em tempos de pandemia ou não, na Disciplina Operacional.

É ela a base de sustentação e o alicerce para a concretização dos níveis superiores de performance: a Excelência Operacional (Extrair Valor da Operação) e a Gestão Robusta dos Riscos Operacionais (Proteger Valor).

A dss⁺ define a disciplina operacional como “a dedicação e o compromisso profundamente arraigados de cada membro da organização para realizar cada tarefa da maneira correta, o tempo todo”.

A Indústria Química, por sua natureza operacional de alto risco, normalmente apresenta programas corporativos de segurança bastante maduros e, via de regra, acredita que tais programas são suficientemente robustos para conter os acidentes e consequentes paradas de produção e/ou custos associados. Várias iniciativas realizadas com grandes multinacionais da Indústria Química, especialmente Pesquisas de Maturidade em Segurança, utilizando o conceito proprietário da Curva de Bradley™ de dss⁺, têm apontado, através dos próprios comentários da equipe operacional, que eles reconhecem a presença de iniciativas corporativas em segurança, porém, acreditam que nem eles, nem seus parceiros, dão a devida prioridade pessoal ao quesito segurança.

Este fato sugere que a organização percebe a existência de desvios sendo tolerados e a não aplicação de medidas disciplinares. Sendo assim, a segurança parece estar sendo relativizada em alguns momentos, para priorizar itens como Custo, Produtividade e Produção.